O tempo que não se perdeu

"Não se contam as ilusões
nem as compreensões amargas,
não há medidas pra contar
o que não podia acontercer-nos,
o que nos rondou como besouro
sem que tivéssemos percebido
do que estávamos perdendo.


Perder até perder a vida
é viver a vida e a morte
não são coisas passageiras
mas sim constantes, evidentes,
a continuidade do vazio,
o silêncio em que cai tudo
e por fim nós mesmos caímos.


Ai! o que esteve tão cerca
sem que pudéssemos saber.
Ai! o que não podia ser
quando talvez podia ser.


Tantas asas circunvoaram
as montanhas da tristeza
e tantas rodas sacudiram
a estrada do destino
que já não há nada a perder.


Terminaram-se os lamentos."
(Pablo Neruda)

* Nesta sexta-feira nostálgica Pablo Neruda me fez chorar... Talvez por tudo aquilo que poderia ter sido, mas não foi!

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